Minhas impressões (naturalmente, com alguma dose de spoilers): O livro trata de um carro cujo porta-malas é um portal para outra dimensão intercalado com diálogos de um adolescente que perdeu o pai recentemente, onde as coisas parecem ter conexão (mas na real nem tem). Esse carro-portal é o tal Buick 8 e foi encontrado e apreendido por um departamento de polícia de uma cidade do interior, onde a história se passa. Na realidade a história se passa mesmo é num banco nos fundos da delegacia e no armazém B, onde o Buick está a anos guardado. Os capítulos vão alternando entre o passado, onde o pai do adolescente encontrou o carro nos seus primeiros anos trabalhando como policial e o presente, os polícias que eram amigos do falecido vão contando os eventos que o carro gerou e o papel do pai, tentando de alguma maneira ajudar o menino a superar o luto, ou algo assim. Porém, é muito chato. Talvez por eu ter acabado de ler alguns contos do Lovecraft e esperava mais coisas sobre o carro, o portal, as criaturas e o mundo bizarro que está conectado ao nosso. O que eu obtive, na realidade, foram para 10 páginas de histórias completamente dispensáveis, principalmente sobre a rotina de um policial e "como seu pai era parecido com você quando era jovem", uma página sobre o horror cósmico esperado. Horror que nem exite na real. É só um monte de gente curiosa sobre o carro, as luzes que ele emite e tentando manter segredo sobre as poucas formas orgânicas que acabam saindo dele quando o portal abre. SÓ. Diálogos longos e cansativos que funcionariam muito bem em um áudio drama ou filme, mas que entope o livro e transforma o ritmo de leitura em uma prova de resistência torturante. Não sou um especialista em livros, muito menos das obras do King, mas já li uma ou duas dezenas de obras dele e me agrada muito a sua escrita e seu horror mais atual do que o (naturalmente) encontrado nos contos do Poe e do Lovecraft. No geral, se você é muito fã do cara ou do gênero, ou gosta de livros sobre dramas familiares e seus desdobramentos, pode até ser um bom livro pra você. Porém, se espera encontrar o fantástico e extraordinário, desenvolvido num ritmo agradável de leitura, esquece. Esse livro é pra poucos. Ao menos eu acho.
Comentários
Postar um comentário